terça-feira, maio 13, 2014

Reminiscências de uma Procissão... na minha infância.


MAIO - mês de MARIA


Nestes dias sempre me vêm à memória as procissões da minha infância.
Havia sempre 6 meninas vestidas de Anjos e, a cada ano, eu era sempre uma dessas meninas. Ainda relembro o bater do meu coração de menina... naquela cadência apressada... como a querer saltar do peito, no pulsar daquela alegria tamanha...
Como S. Francisco de Assis, mas de branco, era assim que eu ía vestida, cordão em volta da cintura, asas meticulosamente desenhadas e de algodão revestidas.
A minha mãe esmerava-se no meu penteado e eu achava que parecia mesmo um anjo. . . de louras tranças e laçarotes brancos.
Não tenho fotos, mas guardo na minha memória a imagem que o espelho, mil vezes contemplado, me devolvia...
Naquela noite de um 12 de Maio distante, algo correu mal. No momento em que a procissão recolhia à igreja, estreita foi a porta... De repente, ouvi o crepitar do algodão altamente inflamável e, quase simultâneamente, vi um clarão vermelho e senti o cheiro do meu cabelo a arder...
Foram segundos, talvez, mas pareceram-me uma eternidade.
Fitas brancas de cetim prendiam as asas aos meus braços, cruzavam atrás e envolviam-me a cintura atando depois com um laço bem apertado, na frente... não saíam com facilidade.
Os meus pais trabalhando, como sempre, no café até tarde e eu ali sózinha... foi assim que me senti. Lembro-me de gritar e de ouvir gritos clamando por água... benta? Talvez...
Alguém despiu o casaco e abafou as chamas num pensamento rápido e eficiente.
Faltaram ali as mãos de minha mãe e o casaco do meu pai. Não teriam hesitado!..., mas trabalhava-se muito naquela década de 60 e a igreja era logo ali... e eu fui entregue à minha catequista e recomendada ao Sr Padre.
E assim acabaram os Anjos na procissão... :)

sábado, maio 03, 2014

Sei de um ninho. . .




Ali mesmo, no cimo da escadaria que acessa à CMAlcoutim... ali " à mão de semear"... um casal de passaritos fez o ninho e ela pôs os ovinhos. . . O resto não sei porque quando ha pouco o vi, estava vazio.

Os animais confiam demasiado no ser humano.
Eu tê-lo-ía feito no galho mais alto, da casuarina, ali 10 metros abaixo com vista privilegiada... para o rio.