segunda-feira, janeiro 17, 2011

BARCOS do Baixo Guadiana - em verso

Na sequência de uma entrada que postei em tempos, o João - o meu amigo Poeta,  brindou-me com estas lindas quadras, alusivas a essa exposição de barcos que sulcaram as águas do baixo Guadiana até finais dos anos sessenta, entre Mértola e Vila Real de Santo António.


A ver Navios!...

Tantos navios, que espanto,
Em tempos que já lá vão;
Ainda são hoje um encanto
Apenas na exposição!

Do primeiro, o Alcoutim,
Corre lá para emendares,
Põe lá “escaleres”, isso sim,
Em vez dos tais “ escalares “….

De Mértola, o “ Guadiana”
De carreira pontual,
Como que uma caravana,
Ia até Vila Real…

Hoje fiquei a saber,
Esta palavra: “ tresmalhos “
Pescava-se, está-se a ver,
Com as tais malhas e tralhos…

“Alforques”, o que seria?
Termo náutico, por certo,
Se é uma palavra algarvia
Só se usava ali por perto!

No “Carla” explicas bem,
Mas vê lá no que te metes,
Pois no “ Célia” também
As mesmas coisas repetes…

A “ Dora” era uma “ pateira”
Pois tinha menor “ calado”
A “ Nusca” era uma “bateira”,
“ Chata “ de casco achatado?!

O “Loulé”de Pomarão,
Andaria num vaivém
Hoje não há precisão
Há uma ponte, e ainda bem.

Havia o “ Guarda-Fiscal”
Que lá ia patrulhando,
A via fluvial
Por causa do contrabando!

Estava a “ Maria Balbina”
Que era uma canoa ou “ buque”
Que tinha vela latina,
Para o vento um velho truque.

Havia também o “Rafa”
Ainda nessas alturas, -
E que levava uma estafa
A transportar as verduras.

Vinha o “Rodrigo”, ou seja,
“Palangres” pesca ao anzol,
Com vento era à “ carangueja”
Se não – remadores de escol!

Vem depois o “ Romanita “
Nesta lista, bem no meio,
Vela latina, bonita,
Que era o barco de correio.

“Lucília”, ao que quis parecer,
Era uma lancha com arte;
“Pesca rede da colher”
Não havia noutra parte!

“ Paula “ de vela latina,
Levava toda a semana,
Gente e coisas, por rotina,
Lá no baixo Guadiana.

Eu de velas já estou farto,
Mas p’ra transporte a granel
Era o tal “Buque”– o “ Lagarto”
Do Sr. Henrique Miguel.

O Manuel Rocha quis ter,
Outro de vela latina,
Com o nome da mulher,
A “Maria Alexandrina”.

E para “pesca ao candeio”
Para a tainha “ alvorar “
Os do “ Lino “ sem receio,
Espetavam-lhe o “ Chalavar”.

O “ Boa Esperança “, outro “buque”,
Para o dono era um tesouro,
Pôs-lhe seu nome, sem truque,
O Esperança de Almada de Ouro.

A remo ou “ à carangueija”
Era o “ Zé Marujo “ assim,
Vende peixe a quem deseja,
Vindo de Castro Marim!

O “ Pé Leve “ – tapa esteiros,
Nas águas das enseadas,
Com os peixes prisioneiros,
Enchiam-se as cabazadas.

Ó “ Campino “ ainda perduras,
Apesar de hoje haver ponte?
Levas gente e viaturas,
Ainda para Ayamonte?

E para o cerco à sardinha
Existia o “ Agadão “,
Metia muita gentinha
Que era um grande “galeão”.

“ Paulo Mira “ – o “enviado”.
Pois fazia a ligação,
Descarregando o pescado
Que vinha no galeão.

O “ Jorge “ outro galeão,
No arrasto utilizado,
Ficou a ser arrastão,
Por “chatas” auxiliado.

Era um “ xaveco”, o “Nordeste”
Barca com poucos a bordo,
Mais usado no sudeste
Nas praias do Monte Gordo.

Boa amiga, onde aprendeste?
Deste outro erro infeliz,
- Arte “chávega” escreveste,
Mas vai ver, pois é com XIS.

“ Escalares”, para apoiar,
Já disse que é outro erro,
Para “ escaleres “ vai mudar,
Caso contrário, ainda berro!

Finalmente estão as “chatas”
Também ditas de “ bateiras”
Só não quero que me batas,
Por te emendar nas asneiras!

“S. Macário”, triste sina,
Na canção não se salvou…
E o “ Maria Cristina”
Sem as Minas, acabou!

Também eu vou terminar
Esta tremenda empreitada;
Foi só p’ra te contentar,
Não vai servir p’ra mais nada!

Gosto de bom Português
E por isso aqui me bato,
Não vás dizer desta vez
Que também eu sou um “ chato “…


Um beijo minha querida amiga
João


Bem hajas pela tua amizade e carinho e também por gostares da minha terra.
Obrigado/ Odilia
http://robinsoncrosoe.spaces.live.com

"FUE en SEVILLA" de SAMARINA

Muitas das minhas recordações de infância e adolescência estão ligadas também a SANLUCAR do GUADIANA. Cresci convivendo com eles e tenho um carinho especial por este povo que é uma extensão do meu. A música de Espanha teve, desde sempre, muita influência em mim. Nunca consigo ficar quieta, ao som dumas SEVILHANAS!!! Nas festas de Alcoutim, no dia dedicado a Espanha, estou sempre lá para assistir aos espectáculos de danças de Sevilhanas e Flamenco no Castelo.
Las manos de la chica son como dos palomas... que belleza, parece que estan flotando... Es la sevillana mejor bailada que he visto. Se te ponen los pelos de punta al verla... Pero la música...ohh! Además la bailan con una pasión...puff. À parte de la técnica, se les nota el arte que tienen ambos.  

Muy bonita esta sevillana, la compenetracion de los dos es como se debe bailar,bailas fijado en tu pareja sin importarte lo que ocurra a tu alrededor, es como hacer el amor pero con la ropa puesta... Viva Espana!...Sanlucar del Guadiana!... Su gente, su musica, su pasion, su alegria por la vida!