sábado, outubro 13, 2012

ALCOUTIM... um poema.

Alcoutim,
Vai-se engelhando
O teu pequeno rosto
Que nunca foi sem rugas.
Como pardais,
Os moços
Alçando as asas, vão
Ao Norte e ao Sul.
As searas germinam
Como em ti ruínas.
Castanha, que te vais pilando,
Num abandono lasso de luar,
Ficam-te os cardos
Nos cerros ressequidos,
Os aloendreiros nos barrancos,
Romãzeiras, canaviais à beira de água.
O rio, tal um grande lago,
Entre curvas
A juntar e separar tua irmã andaluza.
Ficam-te os barcos, esparsos
Encalhados nos juncos,
Como uma promessa
Para quando?
Minha avó luarenta,
Fica-te o silêncio,
Esse olhar de velhinha
Sabida em bruxarias.
As pedras antigas,
Com musgo da história.
A moura encantada,
Os pardais velhinhos,
Ficamos-te nós,
Para voltar um dia.

Carlos Brito
Cadeia de Peniche- 1962







O POETA deu asas ao pensamento, ja que de outro modo não podia, e foi até aí.
Que condão tens tu, Alcoutim, que sem amarras nos prendes assim, a ti?!...

Carlos Brito é um dos mentores do projecto " Pró Futuro de Alcoutim" que pretende lutar contra o despovoamento verificado nos ultimos anos, no nosso concelho.

 Ler mais em:
http://expresso.sapo.pt/alcoutim-precisa-de-investimentos=f704966#ixzz2BJGvQgLL

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