domingo, setembro 25, 2016

Conversas à fogueira





Ainda me recordo dos serões, à lareira, em casa dos meus avós maternos. O meu avô Palma era um exímio contador de historias tradicionais e inventadas, mas nem por isso menos lindas. As conversas eram sempre animadas... era a família, os moirais e os almocreves... e, por vezes tb o sapateiro que uma vez por ano lá passava, uns tempos, a fazer sapatos para o pessoal, ou até o cardador ... Era assim, há 50 anos...uma casa animada, cheia de vida.
Não tínhamos nem TVs, nem Ipads, nem Iphones, nem PCs... mas só ganhámos com isso, porque tínhamos outras coisas que não custavam dinheiro, mas não tinham preço... 

É provável que contar e ouvir histórias pela noite dentro tenha contribuído para a imaginação e empatia dos primeiros humanos e que as conversas à fogueira tenham mesmo estimulado a evolução das nossas capacidades cognitivas, sociais e culturais.
 À noite, as pessoas descontraíam, acalmavam e procuravam entretenimento. Era um momento universal para formar laços, difundir informação social, para se entreter e partilhar emoções. 

 Agora, o trabalho e o lazer, estendem-se pela noite dentro, em casa, em frente a um computador. Os avós nos lares, os pais sem tempo, os filhos sem paciência...
 O que acontecerá às relações?!... 

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